terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Visita a Firenze ( Florença - berço do renascimento ) - pós Via Claudia Augusta - 210912

Um pouco sobre Firenze.
Fonte:http://www.areliquia.com.br/artigos%20anteriores/43florenca.htm
Florença - O berço do RenascimentoTexto e fotos de Litiere C. Oliveira



"Eu cheguei ao ponto da emoção em que se encontram as sensações celestes, conferidas pelas belas artes e pelos sentimentos apaixonados... A vida tinha se esgotado em mim, eu caminhava com o temor de cair."

(Stendhal, sobre o que sentiu ao visitar Florença.)

Segundo a UNESCO,* 60% dos tesouros artísticos da humanidade estão na Itália, sendo que a metade encontra-se em Florença. Foi esse monumental conjunto de obras de arte que fez o escritor francês Stendhal, pseudônimo de Henry Beyle (1783-1842), nas suas narrativas de viagens Roma, Nápoles e Florença, escrever o texto que abre esta matéria. Segundo ele, o excesso de beleza da cidade lhe provocou vertigem, taquicardia e alucinações. Aliás, foi neste livro que o escritor usou pela primeira vez o pseudônimo de Stendhal.
A Ponte Vecchio (Ponte Velha) é a mais antiga de Florença, de autoria de Néri di Fioravante (1345). A característica mais peculiar da construção é a presença de casas pequenas penduradas nos dois lados da ponte.
Fundada no ano 59 a.C., cortada pelo milenar Rio Arno, Florença foi o berço do Renascimento. No terreno preparado pelos grandes gênios Giotto, Dante, Boccaccio e Petrarca, surgiu na capital da Toscana a maior concentração de artistas importantes jamais registrada em qualquer outro tempo ou local: Michelangelo, Leonardo da Vince, Fra Angelico, Rafael, Botticelli, Ticiano, Maquiavel, Brunelleschi e Galileu Galilei, entre outros. Uma seleção de tirar o fôlego. Apoiados pela família Médici, eles partiram de Florença para iluminar o mundo ainda sob as trevas da Idade Média.
"Afresco de Vasari representando o cerco de Florença, um panorama da cidade seiscentista, encontra-se na Sala de Clemente VII, no Palácio Vecchio"
O coração de Firenze bate mais forte na Piazza del Duomo, onde estão localizados a Catedral de Santa Maria del Fiore, o Campanário de Giotto e o Batistério. O Duomo domina a paisagem da cidade com seus 107 metros de altura. Para se chegar ao topo, é preciso enfrentar 463 degraus, mas vale a pena o sacrifício: o panorama visto do alto é maravilhoso.
Florença também é a cidade dos museus e galerias, sem contar que a própria cidade é um imenso museu a céu aberto. Em que outra cidade do mundo você encontra nas ruas e praças públicas obras de Donatello, Celline, Michelangelo, Giambologna, Ammannati e Bandinelli? Entre os museus, destacamos o Museu dell`Opera Del Duomo, Galeria Uffizi (Galeria dos Ofícios), o Palácio Pitti, Museu Arqueológico, Museu Nacional de Bargelo, Galeria Palatina, Galeria da Academia, Museu de Santa Cruz, Palácio Médicis-Ricardi, sem contar o Batistério, igrejas, conventos... Ufa. Antes de entrar em detalhes sobre igrejas, museus, galerias e monumentos, um pouco sobre a história da cidade de Florença.


A História

O célebre Perseu de Celline (1554), fica no Pórtico da Senhoria, também conhecido como Pórtico dos Lansquenetes (guarda mercenária do Grão-Duque Cosme I) e como Orcagna, nome do artista que fez o desenho da construção.
Florença surgiu no sopé dos montes Apeninos tosco-emilianos, numa planície cortada pelo Rio Arno. A região teve uma ocupação pré-histórica e no século VIII a.C. uma população itálica de cultura vilanoviana se estabeleceu na área entre o Arno e o Rio Mugnone, embora dessa época não exista registro histórico confiante. A cidade romana foi fundada em 59 a.C. tendo originalmente a forma quadrada característica dos castra. Na época das invasões bárbaras, Florença foi atacada pelos Ostrogodos de Radagásio (povo de origem germânica) no ano 405 da era cristã. Os campos foram saqueados, mas a cidade resistiu sob o comando de Estilição que levou suas tropas a uma vitória esmagadora. No entanto, em 541, a cidade caiu sob o domínio dos Godos (também da Germânia). Em 570, sob a dominação dos Lombardos, Florença ainda conseguiu manter uma certa autonomia, mas no governo dos Francos a cidade perdeu grande parte de seu território e seus habitantes diminuíram consideravelmente.
A escultura original do David de Michelangelo (1501), que o mestre fez para substituir a Judite de Donatello na tribuna em frente do Palácio dos Priores, encontra-se na Tribuna da Galeria da Academia. A estátua do David que está na frente do Palácio Velho é uma cópia.
No ano 1000 Florença começa a se desenvolver e mesmo as numerosas guerras e lutas internas que enfrentou, não foram impedimento para a expansão que durou vários séculos. Uma nova cintura de muralha foi construída em volta de Florença, surgiram novos edifícios civis e religiosos, o comercio e as artes floresceram, a cidade tornou-se uma das mais ativas de Europa. Em 1183, Florença tornou-se uma cidade-estado livre e a seguir começou a luta entre as facções de Guelfos, partidários do Papa e os Gibelinos, que apoiavam o Imperador. A cidade ficou em luta e dividida e até 1268. Por incrível que possa parecer, foi nesse período que as artes e a literatura se desenvolveram. Foram os anos de Dante, de Giotto e de Arnolfo di Cambio.

Em 1406, Florença conquistou Pisa e se tornou também uma potência marítima. Durante os séculos XIV e XV a cidade continuou sua expansão, se tornando o novo berço da cultura italiana e européia. Poderosas famílias, como a Pitti, Strozzi, Albizi e Frescobaldi, disputavam a supremacia da cidade, mas foi uma família de banqueiros, os Médicis, que dominaram e governaram Florença até o século XVII. O primeiro dos Médicis foi Cosme I, O Velho (1389-1464). Os Medicis elevaram a cidade à categoria de cidade-farol do Humanismo e do Renascimento. Lourenço I, O Magnífico (1449-1492), foi protetor das artes e das letras, ele próprio poeta, governou Florença de 1469 até 1492 e realizou o ideal da Renascença (leia na Relíquia, edições de números 25, 26 e 27). Com os Medicis a cidade atingiu o apogeu do seu esplendor, uma época que viu nascer gênios como Michelangelo, Leonardo da Vinci e tantos outros. Em 1737 morre o último dos Médicis, passando o governo para as mãos dos Lorenas que continuaram com um governo liberal, mas o grande período cultural estava acabando. Finalmente em 1860, durante o Risorgimento, movimento ideológico e político que permitiu a formação da unidade italiana, a Toscana uniu-se ao Reino da Itália através de plebiscito. Florença tornou-se a capital do novo estado de 1865 até 1870.

Fotos do passeio:


































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